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Equipes localizam uma das caixas-pretas do voo da Germanwings

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PARIS – Um Airbus A320 da companhia aérea alemã Germanwings caiu por volta das 11h (7h de Brasília) desta terça-feira nos Alpes franceses. A aeronave se dirigia do aeroporto internacional de Barcelona ao de Düsseldorf, na Alemanha, com 150 pessoas a bordo — 144 são passageiros, entre eles dois bebês. Não há sobreviventes, e a esperança de desvendar os motivos da queda está na caixa preta encontrada e que registrou as conversas na cabine dos pilotos.

O avião desapareceu na região dos Alpes da Alta Provença, nos arredores da cidade rural de Barcelonnette. A queda ocorreu na montanha de L’Estrop, na comuna de Méolans-Revel, a menos de 200km de Nice e do Principado de Mônaco. A Alta Provença é área de resorts de esqui, mas isolada.

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O Ministério dos Transportes confirmou que um sinal de socorro foi emitido pelo voo AU9525 às 10h47m (locais), pouco antes da queda, e que foi relatada uma perda súbita de altitude — que indicaria perda de controle das turbinas. O avião passou de 38.000 pés de altitude (11.500m) às 10h31m a 6.920 pés (2.100m), nove minutos depois. A aeronave sumiu do radar às 10h53m. Segundo a companhia, o piloto tinha dez anos de experiência.

“Ouvi um estrondo maciço. O som inicial parecia o de uma avalanche ou uma dinamitagem. Quando vi novamente, pouco tempo depois, uma coluna de fumaça subiu”, contou ao “Le Parisien” uma testemunha na vila de Le Vernet, a poucos quilômetros do local do acidente. As primeiras imagens dos destroços foram divulgadas na imprensa francesa, em foto e em vídeo.

Dos passageiros a bordo, 45 eram espanhóis, incluindo dois bebês, mas a maior parte era formada por turistas alemães que passavam férias em Barcelona e Palma de Maiorca. Segundo a Germanwings, havia 67, incluindo 16 alunos de intercâmbio. Havia também turcos, um belga e um holandês a bordo, de acordo com as primeiras informações. O cenário da queda é de destruição, com destroços muito fragmentados.

O presidente francês, François Hollande, o premier Valls e o Ministério dos Transportes todos concordaram que não há sobreviventes na tragédia. Esse é o maior desastre aéreo na França desde a queda do Concorde da Air France em 2000, que matou 113 pessoas perto do aeroporto Charles de Gaulle. — É a imagem do horror — disse o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, após sobrevoar o local. Segundo a Casa Branca, não há indícios até o momento de terrorismo. O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, no entanto, disse que nenhuma hipótese pode ser descartada.

DIA SOMBRIO

Equipes que chegaram à área de helicóptero flagraram destroços e informaram que é um local muito difícil de ser alcançado — está a 7km de uma estrada, e os destroços, em um raio de 2km. As buscas foram encerradas na noite desta terça-feira (tarde no Brasil) e serão retomadas na manhã de quarta-feira.

As condições meteorológicas na manhã de terça-feira eram boas, segundo especialistas. O principal sindicato dos controladores aéreos suspendeu uma greve que fazia para monitorar o espaço aéreo após o acidente. A Airbus, fabricante do avião, afirmou em nota que está trabalhando para assessorar a situação. As ações da empresa começaram a cair drasticamente minutos após os primeiros relatos na imprensa.

Boa parte dos aviões da Germanwings é formada por antigas aeronaves da Lufthansa — empresa mãe da companhia —, segundo especialistas de aviação ouvidos pela rede CNN. A aeronave foi entregue em novembro de 1990 e teve última revisão em 2013. A Lufthansa afirmou que está tentando monitorar a situação. O presidente-executivo Carsten Spohr disse que seria um “dia sombrio” para a empresa.(O Globo)