O juiz federal Sergio Moro decidiu nesta sexta-feira converter a prisão temporária de Antonio Palocci em prisão preventiva, que não tem prazo para soltura. Preso na segunda-feira na 35ª fase da Operação Lava Jato, batizada Omertà, o ex-ministro dos governos Lula e Dilma seria libertado caso Moro não acatasse o pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Federal. A PF alegou que, fora da cadeia, Palocci poderia fugir ou destruir provas. O ex-ministro, que está detido em Curitiba, é suspeito de receber propina da empreiteira Odebrecht no esquema do petrolão. Na decisão, Moro também converteu em preventiva a prisão de Branislav Kontic, que foi assessor de Palocci na Casa Civil. Outro alvo da Omertà, Juscelino Dourado, que foi chefe de gabinete de Palocci na Fazenda, foi libertado pelo juiz, que determinou medidas cautelares como a entrega do passaporte e a proibição de deixar o país. “Considerando a causa das prisões preventivas, entre elas a prova, em cognição sumária, de que os investigados Antônio Palocci Filho e Branislav Kontic teriam intermediado o pagamento subreptício de milhões de dólares e de reais para campanhas eleitorais, inclusive para o pagamento de publicitários em conta secreta no exterior, o propósito da lei, de evitar interferência indevida nas eleições e proteger a sua integridade, parece ser mais bem servido com a prisão cautelar do que com a liberdade dos investigados”, assinalou o juiz.