Um terremoto de magnitude 7,3 matou pelo menos 37 pessoas e provocou pânico no Nepal nesta terça-feira, derrubando edifícios já fragilizados pelo tremor devastador ocorrido menos de três semanas atrás e desencadeando deslizamentos de terra em vales do Himalaia perto do Monte Everest. A maioria das mortes relatadas aconteceu em vilarejos ao leste de Katmandu, que mal começavam a se recuperar do sismo de 25 de abril que deixou mais de 8 mil mortos. O epicentro do novo terremoto ocorreu 76 quilômetros a leste da capital, em uma área de colinas próxima da fronteira com o Tibet, segundo coordenadas fornecidas pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos.
Trabalhadores humanitários relataram danos graves em alguns vilarejos vistos do ar, e testemunhas disseram ter visto rochas e lama atingindo encostas remotas repletas de estradas e pequenas vilas. Políticos correram para o lado de fora do Parlamento do Nepal e prédios de escritórios balançaram até mesmo no centro de Nova Déli, na Índia. Os tremores foram sentidos também em Bangladesh e foram seguidos por uma série de tremores secundários intensos. Moradores aterrorizados de Katmandu buscaram espaços públicos, temorosos de locais fechados.
“Estou muito assustado e meus dois filhos estão comigo. O prédio da escola está rachado e vi que partes desabaram”, disse Rhita Doma Sherpa, enfermeira do Centro Médico Mountain, em Namche Bazaar, ponto de partida de alpinistas que seguem rumo ao Everest. “Estava na hora do almoço e todas as crianças estavam do lado de fora, graças a Deus”.
MAIS DANOS
Moradores da cidade indiana de Siliguri, perto da fronteira com o Nepal, disseram que pedaços de concreto caíram de um ou dois edifícios. O saldo de mortes no Nepal chegou a 37 e 1.066 pessoas ficaram feridas, informou o porta-voz da polícia, Kamal Singh Bam. Nas cidades indianas fronteiriças com o Nepal morreram cinco pessoas -uma em Uttar Pradesh e quatro em Bihar, de acordo com autoridades-, e a mídia chinesa relatou uma pessoa morta no Tibet após deslizamento de rochas sobre um carro.
O Nepal começava a reagir à devastação do terremoto de magnitude 7,8 do mês passado, o pior no país em mais de 80 anos, que matou pelo menos 8.046 pessoas e deixou mais de 17.800 feridos.
Centenas de milhares de edifícios, incluindo antigos templos hindus e budistas, foram destruídos, e um número ainda maior foi danificado. Os alpinistas cancelaram a temporada de escalada do Everest, o maior pico do ano, depois que 18 pessoas morreram em abril em decorrência das avalanches ocasionadas pelo terremoto na montanha.