Os prédios em torno do novo World Trade Center estão sendo erguidos em torno da área onde estavam as antigas torres gêmeas.
Há dez anos, o mundo e, especialmente os americanos, viveram um trauma monumental. Naquele 11 de setembro, o mundo viu imagens que mudaram a história. O Jornal dá início à cobertura da Globo direto do marco zero, a região em que escritório de Nova York está instalado para que você possa acompanhar desta sexta-feira (9) até domingo (11) todas as homenagens.
A maquete mostra como Manhattan vai ficar depois que as novas torres ficarem prontas. Não haverá mais aqueles dois prédios gigantes que marcavam a vista de Nova York. No lugar deles, serão cinco novos edifícios. Um deles ainda nem saiu do papel. O mais alto terá 105 andares, cinco a menos do que tinham as torres antigas.
O novo World Trade Center voltará a ser uma das principais concentrações de escritórios do mundo financeiro em Nova York, que também terá restaurantes, estúdio de TV, shoppings, um museu e um memorial.
Os prédios em torno do novo World Trade Center estão sendo erguidos em torno da área onde estavam as antigas torres gêmeas. O ponto exato onde estavam as torres é esse onde agora há duas grandes piscinas que servem como memorial. Em torno dessas piscinas, foi gravado o nome das quase três mil pessoas que morreram na tragédia.
A água que jorra das cachoeiras nunca encherá o espaço vazio da estrutura. Segundo os artistas que criaram a obra, a ideia é lembrar as pessoas que não estão mais vivas. Entre elas, três brasileiros. Os nomes de Ivan Kyrillos Fairbanks-Barbosa e de Anne Marie Sallerin Ferreira estão gravados na piscina número 1. O de Sandra Fajardo-Smith ficará na mesma piscina, mas do outro lado.
O lugar das inscrições seguiu critérios como a posição em que as pessoas estavam nas torres no momento da tragédia ou de pedidos das famílias. O nome de um quarto brasileiro, o do engraxate Claudino Antunes Braga, ficou de fora. Para as autoridades americanas, nunca ficou comprovado que Claudino morreu no atentado.
Por enquanto, só o memorial está pronto. O resto da construção continua. Em um só dia, dezenas de caminhões carregados de argamassa e pedras entram no canteiro de obras. Como o espaço é pequeno, eles têm pouco tempo para ficar no local. Só o suficiente para despejar tudo nesta espécie de encanamento gigante, que leva o concreto para todas as partes da obra.
Esse não é um concreto qualquer. Mesmo depois que o segundo avião atingiu a torre sul do World Trade Center, pouca gente esperava que os dois prédios gigantescos viessem abaixo. Mas os impactos romperam colunas de sustentação, e o incêndio que veio em seguida ajudou a enfraquecer ainda mais o que restou.
Por isso, quando o projeto do novo World Trade Center foi aprovado, as autoridades exigiram que as estruturas fossem reforçadas. Na tragédia do 11 de setembro, muita gente não conseguiu deixar o prédio, porque as colunas dos elevadores foram destruídas e as pessoas não conseguiram sair.
Desta vez, os engenheiros criaram uma gigantesca caixa de concreto que cobre toda a parte do poço dos elevadores desde o térreo até o 65º andar. As regras de segurança são as mesmas do Brasil. Em caso de incêndio, se usam apenas as escadas para escapar. Mas, segundo os construtores, em uma emergência tão grave quanto o impacto de aviões, seria possível escapar pelos elevadores.
Um dos responsáveis por essa novidade é o engenheiro brasileiro Wilson Souza. Ele comanda as equipes de uma das empresas que produzem o concreto especial usado nos novos arranha-céus. O produto é um pouco mais escuro do que o usado nas construções normais. A fórmula é secreta. “Não é um concreto comum. É muito mais forte do que se usaria nos trabalhos. Esse é três vezes mais forte que os outros”, afirma.
A torre I, com 105 andares, será a mais alta. Ela ganhou o apelido de “Freedom Tower”, a Torre da Liberdade, mas também poderia ser chamada de “fortaleza”. Os seis primeiros andares da estrutura são feitos com uma parede maciça construída com o superconcreto. Ainda têm o reforço de colunas de chapas de aço. É uma base gigante quase indestrutível. Para os americanos, virou questão de honra mostrar ao mundo que, pelo menos em Nova York, nada parecido com o 11 de setembro vai se repetir.