O ministro Joaquim Levy, da Fazenda, emitiu na noite deste sábado (28) uma “manifestação pessoal” na qual “lamenta” a interpretação dada a uma fala dele durante palestra em inglês, na última terça-feira, em São Paulo, a ex-alunos da escola de negócios da Universidade de Chicago (EUA), onde estudou.
O jornal “Folha de S.Paulo”, que divulgou na internet a gravação com a fala do ministro, informou que no encontro, restrito, Levy disse que a presidente Dilma Rousseff nem sempre faz as coisas da maneira mais fácil e efetiva, embora tenha um desejo genuíno de acertar. De acordo com o jornal, a fala do ministro foi uma crítica à “pessoa” da presidente.
“Acho que há um desejo genuíno da presidente de acertar as coisas, às vezes não da maneira mais fácil, mas… Não da maneira mais efetiva, mas há um desejo genuíno”
“O ministro sublinha os elementos dessa fala que são os seguintes: aqueles que têm a honra de encontrarem-se ministros sabem que a orientação da política do governo é genuína, reconhecem que o cumprimento de seus deveres exige ações difíceis, inclusive da Exma. Sra. Presidente, Dilma Rousseff, e eles têm a humildade de reconhecer que nem todas as medidas tomadas têm a efetividade esperada”, afirmou a nota, que destaca não ser oficial.
“Isto não é uma nota oficial, mas uma manifestação pessoal do ministro em face de uma matéria online que comenta a fala do ministro em uma conversa informal com membros do setor financeiro em que ele procurou transmitir os pontos principais do ajuste econômico em face da evolução economia global e da exigência de crescimento no Brasil, e a importância de se executá-lo rapidamente”, diz o texto.
Desonerações
No mês passado, Dilma classificou como “infeliz” uma declaração de Levy sobre a politica de desonerações do governo. Na ocasião, o ministro anunciava uma redução das desonerações e afirmou que “essa brincadeira” não deu resultados e custou “extremamente caro”.
No dia seguinte, em visita ao Uruguai, questionada sobre a declaração do ministro, a presidente afirmou: “Acredito que a desoneração da folha foi importantíssima – e continua sendo. Se ela não fosse importante, nós tínhamos eliminado e simplesmente abandonado. Acho que o ministro foi infeliz no uso do adjetivo.”(G1)