A entrada de aparelhos telefônicos em unidades prisionais do Ceará permanece livre. Pelo menos é o que indicam fotos e vídeos divulgados em redes sociais nesta segunda-feira (25), que mostram dezenas de homens falando ao celular ou trocando mensagens, supostamente na Casa de Privação Provisória de Liberdade II (CPPL II), em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza. Nas imagens, é possível perceber vários homens caminhando normalmente pelo pátio da unidade conversando ou teclando com celulares. Não é registrada a presença de nenhum agente para inibir a ação. Em uma contagem rápida, é possível perceber que pelo menos 24 presidiários estão utilizando os aparelhos de celular dentro do presídio, somente em uma das fotos divulgadas. A Secretaria de Justiça do Ceará (Sejus), responsável pelas unidades prisionais, informou que ainda não é possível confirmar se as imagens são da CPPL II. “Elas foram encaminhadas ao setor de inteligência para análise”, respondeu através de nota oficial.
Recorrência
A presença de aparelhos telefônicos dentro de presídios do Ceará não é um fato novo. Há um mês, o Tribuna do Ceará mostrou uma denúncia de festas dentro de presídios com uso de drogas e celulares. Na época, internos da Unidade Prisional Desembargador Adalberto de Oliveira Barros Leal, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza, utilizavam celulares tranquilamente dentro do presídio. Além do registro, em apenas uma vistoria realizada no dia 14 de julho, na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor José Jucá Neto (CPPL III), em Itaitinga, foram apreendidos 230 celulares. Dois dias depois, outro caso também foi registrado pelo Tribuna do Ceará. Na manhã do dia 15 de julho, diversos presidiários usavam drogas, consumiam álcool e dançavam ao som da música “Camarote”, do cantor de forró Wesley Safadão.
Lei dos Bloqueadores
No Ceará, um projeto de lei de autoria do governador Camilo Santana (PT) tenta evitar a entrada desses dispositivos em presídios através do bloqueio de sinal. Apesar disso, a lei ainda não está em vigor e aguarda uma regulamentação, que já está sendo feita pela Secretaria de Justiça do Ceará (Sejus). A medida tenta impedir que criminosos dentro de presídios continuem realizando crimes e ordenando ações criminosas por meio de telefones celulares dentro das unidades. Em resposta a um possível bloqueio de sinal, diversos ataques e ameaças foram feitas por criminosos a ônibus, carros de polícia, delegacias e prédios públicos. Fonte: tribunadoceara